Um texto publicado no site da Harvard Medical School no dia 25 de fevereiro de 2021 destaca resultados da pesquisa de mestrado da aluna Luisa Pereira Marot Furlan, desenvolvido junto ao Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde (PPCSA) e orientado pela professora Cibele Aparecida Crispim Fahmy, docente da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia. A pesquisa inédita, cujos dados originais foram publicados recentemente no periódico americano The Journal of the American College of Nutrition, tem colaboração com a Universidade de São Paulo e aborda as implicações negativas do consumo alimentar e no perfil metabólico de trabalhadores em turnos rodiziantes. Atualmente, Luisa é aluna de doutorado do PPCSA e segue se dedicando a mesma linha de pesquisa.
Link da matéria no site da Harvard Medical School:
MAROT, LP; ROSA, DE; LOPES, TVC; MORENO, CMC. CRISPIM, CA. Eating Duration throughout a Rotating Shift Schedule: A Case Study. JOURNAL OF THE AMERICAN COLLEGE OF NUTRITION, v. -, p. 1-8, 2020.
Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) publicaram relatórios preliminares do artigo (Underreporting of death by COVID-19 in Brazil's second most populous state)¹ que serve de alerta para o estado de Minas Gerais (MG). O relato do estudo foi divulgado no dia 24 de maio de 2020 no MedRxiv, que é um servidor de pré-impressões de artigos na área de Ciências da Saúde, fundado pelo Cold Spring Harbor Laboratory (CSHL), uma instituição educacional e de pesquisa sem fins lucrativos, pela Universidade de Yale e pelo BMJ, um fornecedor global de conhecimento em saúde. Além do coordenador da pesquisa, Stefan Vilges de Oliveira, docente do Departamento de Saúde Coletiva e do Curso de Graduação em Medicina, assinam o artigo os seus orientandos Tafarel Andrade de Souza, pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Thiago Henrique Evangelista Alves, Samyla de Almeida Silva e Nayani Alves Ramos, discentes do Curso de Graduação em Medicina.
Da esquerda para a direita, Tafarel Andrade de Souza, Samyla de Almeida Silva, Stefan Vilges de Oliveira, Thiago Henrique Evangelista Alves e e Nayani Alves Ramos. (Foto: Arquivo dos pesquisadores)
Em contraposição à enxurrada de notícias sobre a segurança do estado de Minas Gerais em relação à epidemia do novo coronavírus, o estudo revela que há excesso de subnotificação de mortes por COVID-19 neste estado. A descoberta foi feita a partir de análises das causas de mortes nas diferentes bases de dados do governo brasileiro, como a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (ARPEN) e o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Constatou-se um aumento inesperado na frequência de mortes por causas clinicamente semelhantes ao COVID-19, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), a pneumonia e a insuficiência respiratória (IR). Além disso, o estudo apontou discrepância de 209,23% entre as informações referentes ao mesmo período para essas diferentes bases de dados. Observou-se também um aumento de 648,61% nas mortes por SRAG em 2020, quando comparado à média dos anos anteriores. Esse expressivo aumento das mortes por SRAG antecedeu os registros oficiais das mortes por COVID-19 no estado de Minas Gerais, visto que ocorreu na primeira semana de março, o que corrobora a subnotificação dos óbitos por COVID-19 no estado. Nesse mesmo sentido, registrou-se aumento na taxa de mortes por pneumonia e insuficiência respiratória (IR) em 5,36% e 5,72%, respectivamente. Em conclusão, verificou-se subnotificação de mortes por COVID-19 em Minas Gerais devido ao excesso inexplicável de mortes por SRAG, por insuficiência respiratória e por pneumonia quando comparado aos anos anteriores.
Os cientistas fizeram avaliação retrospectiva dos registros de óbitos, observando dados de 2017 a 2019 e comparando com os de 2020. (Gráfico: Arquivo dos pesquisadores)
O pós-doutorando do PPCSA Tafarel Andrade de Souza concedeu entrevista à revista canadense The Scientist sobre os resultados da pesquisa publicada. Leia mais em:
Researchers in Brazil Struggle to Get Solid COVID-19 Death Counts
